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O AMOR ENTRE AS MULHERES

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As mulheres gregas só se relacionavam com outras mulheres, logo não é estranho supor que muitas tenham encontrado afeto e prazer sexual com elas. Entretanto, nada se sabe a esse respeito. Só temos informações de uma época anterior, o século VII a.C. Safo viveu na ilha de Lesbos e dirigia uma escola onde mulheres aprendiam música, poesia e dança. Ela se apaixonou por algumas dessas mulheres e manifestou o seu amor em poemas sensuais. "Sua poesia exerceu enorme influência sobre literatura erótica subsequente. E sobre a vida também: a maior parte dos sintomas de que os amantes têm sofrido, durante mais de talvez tanto material de condicionamento cultural como material para a biologia." Safo escreveu cerca de 12 mil linhas, das quais somente 5% sobreviveram à queima de livros efetuada mais tarde pelos cristãos. Um poema que ele fez para uma de suas alunas, quando a moça ia deixá-la para se casar, mostra toda a sua dor de amor, com o ciúmes que a atormentava: Semelhante aos deuses

O AMOR ENTRE PÉRICLES E ASPÁSIA


O período compreendido entre os anos de 461 a.C. e 429 a.C. é considerado a "Idade de Ouro" de Atenas, quando a cidade viveu o seu auge econômico, militar, político e cultural. Nesse período, Atenas foi governada por Péricles (495 a 429), a maior personalidade política do século V a.C. Sob sua liderança, Atenas tornou-se a cidade mais importante da Grécia, um centro de cultura, arte, literatura, filosofia e ciências.

Dispondo de parte do tesouro da cidade, o líder político dessa pólis decidiu reconstruir os templos destruídos pelos persas e erigiu nossas estruturas, entre as quais se destacam o Partenon e outros edifícios das Acrópole. 
Durante seu governo, Atenas alcançou tamanho apogeu e o século em que viveu foi chamado de "século de Péricles."

Nessa época, a cidade era hereditária, mas apenas se ambos os pais fossem atenienses e da classe cidadã. Em 451-450 a.C., sob as leis instituídas por Péricles, os cidadãos tinham que se casar com mulheres cujos pais fossem nascidos em Atenas se quiserem que seus filhos tivessem o mesmo almejado status.

O historiador Morton M. Hunt conta em seu livro o ardente caso de amor entre Péricles e a hetaira Aspásia. Nessa época, nenhuma mulher exerceu maior influência do que Aspásia, hetaira que aprendeu e praticou sua profissão em Mileto, mudando-se depois para Atenas em 450 a.C.
Sua habilidade de cativar residia no fato de que sua beleza se encontrava aliada a outras qualidades ainda mais arrebatadoras. Era muito culta, altamente habilidosa no falar e revela grande talento nas discussões filosóficas. No Menexeno, de Platão, Sócrates diz que estudou retórica com Aspásia, e que ela foi mestre e treinadora de alguns dos melhores oradores atenienses. 

Hunt considera uma pena não haver nenhum registro digno de fé dos primeiros encontros de Péricles com Aspásia. Seria interessante saber se ele foi à casa dela para aprender retórica e acabou lá ficando para amar, ou se apareceu para fazer galanteios, sendo, afinal, cativado pelo espírito e pela alma da cortesã. Seja qual for o caso, Péricles e sua esposa logo se divorciaram. Péricles levou Aspásia para sua própria residência, na qualidade de amante exclusiva.

Daí por diante, Aspásia passou a se a rainha sem coroa de Atenas. Para os conservadores, entretanto, ela era um perigo, Acusavam-na de ser alcoviteira, intrigante e uma força malévola em política. Chegou-se mesmo a dizer que a longa Guerra do Peloponeso fora inciada a pedido de Aspásia, simplesmente porque duas das suas camareiras haviam sido roubadas por malfeitores procedentes da cidade de Megara.

Péricles era inteiramente devotado a Aspásia e teria se casado com ela se a lei não proibisse que cidadãos se casassem com não cidadãs, Mas ele fez muito por ela. Além de legar sua fortuna ao filho ilegítimo que lhe dera, certa vez defendeu a amante publicamente contra acusações maliciosas de falta de religiosidade. Ao tomar essa atitude, Péricles arriscou a sua honra e reputação, a fim de pleitar a absolvição dela, perante um júri de 1.500 cidadãos, para os quais apelou até com lágrimas nos olhos. Os atenienses absolveram Aspásia com votação honrosa e, mais tarde, até concederam cidadania a seu filho com Péricles. 


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