O amor na Grécia era bem diverso do amor ocidental contemporâneo. Ele não era considerado, tanto como é agora, uma finalidade da vida, e sim um passatempo divertido, uma distração, ou, por vezes, uma aflição enviada pelos deuses. As suas expressões sinceras eram proferidas, não por jovens homens e mulheres que se desejassem reciprocamente, e sim por homossexuais cortejando criaturas de seu próprio sexo. "E um paradoxo o amor moderno haver começando com o amor grego, dever tanto a ele, muito embora as formas e os ideias do amor grego sejam considerados imorais na sociedade moderno.
Por dois séculos, entre VI a.C. e o início de IV a.C., floresce aos quatorze e seu encanto aumenta aos quinze. Dezesseis é a idade divina." A homossexualidade entre adultos ou homens abaixo da puberdade raramente é testemunha na Grécia antiga.
Não é de admirar que os gregos considerassem o homem mais próximo da perfeição. Ele podia ser objeto de um amor ideal - particularmente o homem de cultura e requinte, que buscava afinidades de espírito como parte do amor. "O adolescente com seu rosto imaturo e com seu corpo ainda em desenvolvimento, com as suas forças espirituais ainda não desabrochadas, e com a sua promessa de masculinidade ulterior, podia inspirar ao homem grego uma emoção ainda mais intensa e mais apaixonada do que a provocada pela hetaria. O amor pelos adolescentes envolvia e implicava pendores requintados e estéticos. Na Grécia, a homossexualidade foi dignificada como uma relação de ordem superior."
Havia declarações apaixonadas do adulto pelo jovem, textos ardorosos; juramentos solenes; proezas enlouquecidas. O adulto apaixonado ruborizava-se quando o nome do jovem era mencionado; entediava seus amigos com louvores incessantes ao amado e tornava-se embotado e tolo na presença deste. Contudo as relações se deterioravam quando a barba do jovem se mostrava plenamente formada. O próprio rapaz, ao transformar-se em homem maduro, descartado como criatura amada, procurava rapazes para amar.
O amor homossexual se ajustava perfeitamente ao padrão do namoro à da paixão, e não corria perigo algum de transformar-se em união permanente, nem de acarretar com isso desilusão ulterior. Havia convenções; o adulto tinha menos de 40 anos, o jovem entre 12 e 18 anos, e não substituía o casamento.
À medida que esse gênero de amor foi se tornando instituição nacional, os homens gregos mais responsáveis procuraram incensá-lo e justificá-lo como expressão do tipo mais elevado de emoção humana. "Alguns alegavam que o amor entre homens deveria permanecer puro, envolvendo apenas as emoções, mas seus comentários embevecidos a respeito da beleza dos jovens fazem com que a gente suspeite que essa conduta ideal fosse difícil de se seguida.
Os homens falavam do amor dos jovens louvando a satisfação sexual; poucos autores condenavam o amor dos adolescentes como degradante, antinatural e abjeto. A lei punia a prostituição masculina, mas nada dizia a respeito das relações não pagas. "Nenhum Dr. Kinsey se encontrava à mão: a frequência dos contatos sexuais verdadeiros entre homens atenienses é desconhecida, mas a evidência literária é clara: as ligações emocionais entre homens constituíam moda. Quase todas essas ligações envolviam conversas, flerte, beijos, abraços e, na maioria dos casos, isso conduzia, com o tempo, à plena relação sexual."
Para alguns críticos este tipo de amor era tão poderoso que os rapazes se mostravam cruéis com seus amantes. Mas evidência de grandes satisfações intelectuais e emocionais. Nada impedia que o homem grego, amando um jovem, também tivesse relações sexuais com mulheres, sem sentimento de culpa.
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