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O AMOR ENTRE AS MULHERES

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As mulheres gregas só se relacionavam com outras mulheres, logo não é estranho supor que muitas tenham encontrado afeto e prazer sexual com elas. Entretanto, nada se sabe a esse respeito. Só temos informações de uma época anterior, o século VII a.C. Safo viveu na ilha de Lesbos e dirigia uma escola onde mulheres aprendiam música, poesia e dança. Ela se apaixonou por algumas dessas mulheres e manifestou o seu amor em poemas sensuais. "Sua poesia exerceu enorme influência sobre literatura erótica subsequente. E sobre a vida também: a maior parte dos sintomas de que os amantes têm sofrido, durante mais de talvez tanto material de condicionamento cultural como material para a biologia." Safo escreveu cerca de 12 mil linhas, das quais somente 5% sobreviveram à queima de livros efetuada mais tarde pelos cristãos. Um poema que ele fez para uma de suas alunas, quando a moça ia deixá-la para se casar, mostra toda a sua dor de amor, com o ciúmes que a atormentava: Semelhante aos deuses

A mulher adúltera


O adultério resultava na expulsão da esposa de casa, pois não se podia mais garantir a legitimidade dos descentes. Era a dissolução do casamento. A seguir sintetizo o que diz o historiador grego Nokolaos Vrissimtzis sobre o adultério na Grécia clássica. Era o insulto mais severo contra a honra de um homem e seu direito de posse. O marido traído devia separar-se, sob pena de ser estigmatizdo por atimía ("perda da honra"). Honra e desonra eram conceitos de de excepcional importância na sociedade grega. A expulsão da adúltera implicava devolução do dote à família da mulher, perda financeira substancial. Assim, maridos traídos engoliam o orgulho e aceitavam o arrependimento de suas mulheres. O marido que recebia um bel dote demonstraria complacência maior em relação à pessoa.

O costume prescrevia que a mulher pega em flagrante de adultério não podia mais assistir a sacrifícios públicos. Se o fizesse, os transeuntes teriam o direito de espancá-la. Segundo Sólon, o legislador, a adúltera "não pode ostentar joias, nem visitar os templos públicos, pois poderá corromper as mulheres honradas; mas se ela o fizer ou ostentar enfeites, então o primeiro homem que a encontrar poderá arrancar suas roupas, seus ornamentos, e acoitá-la. Não poderá, contudo, matá-la ou mutilá-la".

A mulher não podia alegar adultério, mesmo explícito como motivo para o divórcio. Se ela provasse ter sido vítima de abuso ou de violência física por parte do marido, o divórcio poderia ser concedido. Como resultado do processo de divórcio, todavia, o nome da mulher seria publicamente divulgado e isso era extremamente indesejável, pois as mulheres divorciadas, embora não fossem impedidas de se casar novamente, eram tratadas com desconfiança.

Em Esparta, Licurgo - legislador que viveu e governou no século VIII a.C. - informa que um marido idoso ou estéril podia permitir que um homem jovem tivesse relações com a sua esposa com a intenção específica de gerar crianças sadias e vigorosas, que seriam consideradas seus filhos, sem que seu casamento fosse anulado. Do mesmo modo, um nobre que apreciasse uma mulher casada podia pedir permissão ao marido para ter relações com ela, no intuito de que a pólis obtivesse crianças robustas e de excelente raça. Igualmente, se um espartano tivesse um número de filhos suficientes com a esposa, era comum ele oferecê-lo aos amigos para que tivessem relações sexuais com ela. Mas, naturalmente, todos esses atos não eram considerados adultério.

Na Grécia, absolutamente patriarcal, o homem era inquestionável. Foi o "clube masculino mais exclusivista de todos os tempos". O cidadão grego gozava de todos os direitos civis e políticos, e tinha poder absoluto sobre a mulher. Podia, casado, manter concubinas e se relacionar com as hetarias onde e como quisesse, sem prestar contas as suas ações para ninguém, muito menos para sua esposa. 




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